O tema da segurança de sistemas é sempre quente, uma vez que as ameaças não param de sofisticar. Por isso mesmo, é preciso manter os conhecimentos sobre ele continuamente atualizados.
Já não é mais possível, por exemplo, tratá-lo nas empresas como uma questão de “trancar tudo”, deixar tudo inacessível… Pelo contrário, as prioridades de proteção vem mudando consideravelmente à medida que Inteligência Artificial e outras tecnologias emergentes se tornam ferramentas para agentes de ameaças.
Vamos refletir sobre isso?
Continue lendo para ver:
- um update no conceito de segurança de sistemas;
- por que é preciso trazer essa temática para o campo da atualidade com vistas ao futuro;
- como começar a abordá-la com mais eficiência, libertando-se de concepções que já não fazem mais sentido;
- e muito mais!
Como conceituar segurança de sistemas de maneira correta nos dias atuais?
A segurança de sistemas está fundamentalmente enraizada na avaliação do risco e nas respostas estratégicas subsequentes. Dentro disso, a priorização das abordagens para levá-la a cabo devem ser intrinsecamente orientadas pela avaliação de vulnerabilidades, determinando a importância e a sequência das ações a serem realizadas.
Neste sentido, o ponto crucial a se salientar é que o risco, pela sua própria natureza, está diretamente correlacionado com o potencial impacto ou consequências que pode ter no negócio.
Observando os novos tipos de ameaças a que as aplicações tecnológicas estão expostas, um novo mindset precisa ser adotado. Isso começa com os profissionais diretamente envolvidos (TI) e, em seguida, deve ser explanado para o restante dos membros da empresa.
Até pouco tempo, a abordagem predominante era priorizar a Confidencialidade acima da Integridade e da Disponibilidade. No entanto, nos últimos tempos, as prioridades vêm mudando — com a Disponibilidade tendo precedência, seguida pela Integridade e pela Confidencialidade assumindo um papel de menor urgência.
Usando uma analogia mais simples: já não basta mais usar o símbolo do cadeado, pois, como defende Leonardo Muroya, especialista em Cybersecurity do Banco BV, ele:
- remete a algo muito pontual, uma tranca ao acesso a itens que precisam ser preservados;
- reforça a ideia de que o caminho é a inacessibilidade;
- tem uma forte conotação de estático, de que serve apenas para o momento.
Agora, ao pensar a segurança de sistemas da maneira mais atualizada possível, deve-se ter o substantivo ‘proteção’ como norteador. Isso requer uma abordagem multidisciplinar para antecipar as consequências do comprometimento antes mesmo de descobrir qualquer capacidade de ameaça.
Quais vantagens essa nova mentalidade oferece aos profissionais da área e às empresas?
Para alcançar isso, é fundamental conseguir identificar as funções críticas da companhia e os sistemas que as fornecem. Em seguida, colaborar entre disciplinas para avaliar os possíveis meios e consequências do comprometimento.
Com essa nova maneira de pensar e agir, passam a ser realizadas análises minuciosas em todas as disciplinas que compõem uma operação de segurança de sistemas. Principalmente:
- criptografia;
- proteção de redes;
- gestão de identidade e acesso;
- segurança física e de dados;
- análises de riscos e vulnerabilidades;
- governança e conformidade;
- respostas a incidentes e forense digital;
- educação e conscientização dos usuários;
- entre outras.
Perceba que essa nova visão é muito mais holística e não se restringe a armar um “condomínio fechado” em torno do pool de ferramentas tecnológicas da empresa.
Pelo contrário, cada disciplina oferece uma perspetiva única que contribui para a compreensão abrangente dos potenciais impactos, permitindo a implementação de medidas de proteção eficazes e direcionadas a deteção e resposta, proporcionando uma redução genuína dos riscos.
→ Leia também: Como o conceito Zero Trust impacta a segurança digital de sistemas.
Como rever seus conceitos sobre segurança de sistemas e virar o jogo na sua empresa?
Para garantirmos que nossa reflexão ficou bem clara, preparamos algumas dicas que vão te ajudar a iniciar a mudança. Confira, a seguir, como virar o jogo e colocar sua empresa com os pés na atualidade quando se trata de segurança de sistemas!
1. Adote uma mentalidade de segurança centrada no humano
Priorize a experiência do usuário na gestão de controles de segurança. Isso inclui a integração de ciências comportamentais e UX para tornar a segurança mais intuitiva e menos intrusiva.
2. Reavalie as prioridades
Mude o foco de Confidencialidade para Disponibilidade e Integridade. Isso reflete uma mudança nas prioridades, onde a continuidade dos negócios e a integridade dos dados são agora mais críticas.
3. Promova a integração multidisciplinar
Garanta que haja colaboração entre diferentes disciplinas para avaliar ameaças e vulnerabilidades — além de formatar e dar respostas em tempo hábil aos riscos e aos incidentes.
Dentro disso, considere também ter ajuda externa. Isso porque, muitas vezes, apenas empresas especializadas conseguem ver o que o time interno não percebe.
4. Foque em proteção proativa
Vá além do discurso e, realmente, mude de uma abordagem reativa para uma proativa. No detalhe, você e seu time precisam se antecipar a ameaças e vulnerabilidades antes que elas se concretizem.
Logicamente, devem contar com ferramentas e métodos à altura dessa necessidade. Do contrário, viver apagando incêndio será a tônica da estratégia de segurança de sistemas da sua empresa.
→ Leia também: 4 ferramentas de cybersecurity para sistemas.
5. Implemente análises avançadas
Utilize análises avançadas, principalmente amparadas por Inteligência Artificial, para detectar padrões de ameaças emergentes e responder a eles de forma mais eficaz.
Mas, atenção: equilibre bem entre o aprendizado de máquina e a atuação humana, uma vez que há muitas dimensões que não são contempladas (adequadamente) pela IA.
6. Reforce as ações e mecanismos de educação e conscientização
Invista na educação e na conscientização em segurança cibernética em todos os níveis da organização, para criar uma cultura de segurança robusta.
Faça isso considerando essa nova abordagem em torno da segurança de sistemas. Ou seja, vá além do tradicional em suas iniciativas de capacitação dos profissionais.
7. Torne avaliação e melhorias parte da cultura organizacional
Estabeleça um processo de avaliação e melhoria contínua para adaptar-se às mudanças nas ameaças e no ambiente de negócios.
Uma boa ideia é montar um comitê de segurança de sistemas composto por agentes de TI e representantes de outros departamentos. Para, mensal ou trimestralmente, compartilhar ideias, aprender, comemorar vitórias e assim por diante.
→ Leia também: 4 pontos cruciais ao identificar e gerenciar riscos na segurança de sistemas.
Em resumo
À medida que avançamos na era digital, a segurança de sistemas transcende a simples aplicação de medidas defensivas tradicionais, como o simbolismo do cadeado, para abraçar uma abordagem mais dinâmica e holística.
Esta nova visão, centrada na proteção proativa e na integração multidisciplinar, é crucial para enfrentar as ameaças sofisticadas e em constante evolução.
Como estão suas concepções de segurança de sistemas? A reflexão que trouxemos aqui te ajudou? Se precisar de ajuda, não hesite em fazer contato conosco!