Entenda porque a segurança de aplicativos é um tema central e veja o que você pode fazer para inseri-la na cultura de desenvolvimento da sua empresa
A segurança de aplicativos é uma preocupação de todas as empresas que resolvem fazer desenvolvimento por conta própria. Da mesma forma, aquelas que contratam serviços de desenvolvimento externos não podem perder de vista a proteção de seus dados e aplicações.
Basta olharmos para as fraudes cibernéticas, que não param de acontecer. Além disso, falhas podem colocar operações em risco. Recentemente, por exemplo, o aplicativo do Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço (FGTS) apresentou instabilidade, prejudicando milhares de usuários em todo o país.
Ao mesmo tempo, noticia-se que Trojans e adware são os malwares mais disseminados no Brasil. Os trojans dominaram o cenário de ameaças, representando 26,86% dos problemas em dispositivos Windows e macOS; e o adware é o primeiro da lista (59,36%) quando se trata de dispositivos Android, segundo a Avast.
Sobre isso vamos te ajudar a refletir ao longo deste artigo. Continue lendo para entender por que a segurança é o eixo central do desenvolvimento de aplicativos nas empresas!
A segurança de aplicativos como objetivo central
As equipes tradicionais de desenvolvimento de software se concentram na entrega de recursos acima de tudo. Assim, tarefas como testes de ponta a ponta e de desempenho normalmente são cortadas se isso significar que os recursos estarão no prazo.
O objetivo de dar aos clientes a funcionalidade que eles pedem é grande e nobre: no entanto, ele se perde quando começam a surgir problemas de segurança — paralisando operações e gerando prejuízos financeiros e, sobretudo, de imagem – o que costuma demorar bastante tempo para ser reparado.
São erros que podem variar de falhas em aplicativos com grande tráfego a vazamentos de dados sensíveis — se considerarmos a rigorosidade da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), podemos vislumbrar o tamanho do problema para as empresas.
Por tudo isso e muito mais, é essencial que a segurança de aplicativos esteja no radar das organizações. E isso desde o momento da montagem da equipe de desenvolvimento, que deve ser altamente qualificada e preparada em termos de qualidade e proteção de dados.
E isso considerando que a validação de funcionalidade e seu desempenho (em aplicações novas ou em atualizações), que normalmente é a parte do processo onde os defeitos são detectados em tempo hábil. Ou seja, antes que os usuários se deparem com bugs e outros problemas.
A velha cultura de que a segurança é parte da contingência precisa ser superada: ela deve ser o centro, a nervura do real durante o processo de desenvolvimento. Em outras palavras, deve-se trabalhar para que os riscos estejam fora de perspectiva, e não com a mentalidade de que eles devem ser mitigados (exige uma visão mais propositiva, obviamente).
Em suma, o ideal é a criação de uma cultura de segurança incorporada; do começo ao fim, de ponta a ponta. A boa notícia é que no DevSecOps moderno, a segurança de aplicativos já é parte importante, inclusive com processos automatizados, incorporados e repetíveis no ciclo de desenvolvimento.
→ Leia também: DevSecOps: a importância da segurança contínua.
Por onde começar para criar a cultura da segurança de aplicativos já no desenvolvimento
A melhor escolha em termos de segurança de aplicativos é adotar uma estrutura comprovada e fácil de usar. E isso requer a liderança de alguém com experiência, que forneça uma abordagem prescritiva sólida.
Ou seja, detalhando como e onde as verificações e balanceamentos de segurança precisam ser integrados aos ciclos de vida de desenvolvimento existentes.
Essa abordagem fornecerá a cobertura necessária para produzir aplicativos de maior qualidade em geral, com um perfil de segurança sólido.
Embora o uso de uma estrutura prescritiva possa parecer quase fácil demais, a segurança se resume aos pequenos detalhes. Trabalhar com todos esses detalhes ajudará todos a ver o valor que esses novos freios e contrapesos trarão.
Todos pela segurança de aplicativos, já!
As equipes de desenvolvimento, controle de qualidade, operações e gerenciamento de produtos admitindo ou não, se preocupam com quase tudo que a segurança está promovendo.
Fazer com que os profissionais adotem essa visão é principalmente uma questão de enquadrar a segurança como prioridade. Isso é diferente de dizer “você está fazendo errado e precisa mudar”. Em vez disso, deve-se optar por um discurso mais otimista; algo como “é assim que alcançamos nossos objetivos mais rapidamente”.
Também recomenda-se engajar a todos os envolvidos destacando os benefícios de priorizar a segurança. Dessa forma, reduz-se a hesitação e até as resistências que possam surgir — afinal, somos todos mais orientados para o comodismo do que para a ação.
Alguns argumentos que costumam funcionar nas mais diferentes áreas são:
- Operações: ferramentas de proteção de tempo de execução fornecem recursos em tempo real para identificar e encerrar aplicativos com mau comportamento com mais detalhes do que analisar logs ou verificar números de CPU.
- QA: ferramentas de verificação de aplicativos (testes estáticos, interativos, fuzz etc) facilitam para que os desenvolvedores sigam os padrões internos, bem como identifiquem entradas e saídas que não estão sendo validadas adequadamente. O que diminui as chances de que dados ruins ou defeitos cheguem ao sistema quando estiverem ativos.
- Desenvolvedores: autenticação e autorização permitem uma melhor personalização, o que leva a uma melhor experiência do usuário (UX).
- Desenvolvedores e gerenciamento de projetos: seguir as práticas de DevSecOps aproxima a verificação e a validação do desenvolvedor. Isso garante que os defeitos sejam encontrados mais cedo e resolvidos em tempo hábil.
Quanto mais próximos os defeitos estiverem do sistema ativo, quando o controle de qualidade os encontrar, mais caro será a correção. Essa despesa vem na forma de gastar tempo encontrando a origem do defeito, afastando os desenvolvedores de suas tarefas atuais para corrigi-lo e testando repetidamente para voltar ao ponto adequado do ciclo de lançamento.
→ Leia também:
- A implementação do DevSecOps é realmente um bicho de 7 cabeças?
- Como superar os desafios para automatizar DevSecOps.
Resumindo: a segurança de aplicativos é uma prioridade
Ao conseguir o engajamento de todos no aprimoramento dos processos de desenvolvimento tendo a segurança de aplicativos como eixo central, essa cultura começa a se instalar e se tornar parte integrante da rotina.
Para incluir verificações extras e atividades de migração nessa perspectiva, é recomendável fazer um inventário das ferramentas que já estão em vigor. A partir disso, fica mais fácil verificar se os profissionais são capazes de realizar as varreduras extras e se ferramentas adicionais serão necessárias.
E, obviamente, priorizar ferramentas automatizadas é muito importante, uma vez que isso facilita o trabalho de todos. E a ideia aqui é que a segurança de aplicativos esteja no centro, mas isso não pode se tornar sinônimo de mais desgaste para a equipe.
Na sua empresa, a segurança de aplicativos é o eixo central das atividades de desenvolvimento?
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